Investigadores estão, em Santa Maria (a ilha que subiu), a desenvolver estudos no encalço de vida que desapareceu do litoral dos Açores. Em bivalves de 25 centímetros procuram marcas de outros organismos, alguns dos quais poderão ter desaparecido na Região. Certo é que na fauna do litoral marinho açoriano apenas 10% dos seres terá à volta de 5,3 milhões de anos. E isso é resultado de muita da transformação que ocorreu no mar entre as ilhas e 50 metros em direcção ao horizonte. Vai-se provando que as glaciações não provocaram extinções maciças de espécies nos Açores. O que desapareceu, por influência das glaciações foram espécies de águas quentes e bivalves associados a areias finas. E, em Santa Maria, contraria-se estudos internacionais que davam como certo que não havia espécies endémicas no litoral marinho açoriano. Afinal, até 10% das cerca de 450 espécies encontradas no litoral da Região são endémicas.
À partida, muitos de nós somos levados a pensar que quando se junta um grupo de investigadores açorianos, nacionais e internacionais para ir estudar fósseis a Santa Maria, se está a disponibilizar verbas do orçamento público para um determinado número de pessoas passar umas férias na ilha de Gonçalo Velho em amena cavaqueira. Mas, quando conversámos com estes estudiosos percebemos o quão enganados estamos. Pela seriedade que colocam no que fazem, pelas investigações que desenvolvem, pelas teorias que defendem, e pelos resultados a que chegam, verificámos que se trata de um trabalho meritório com linhas lógicas do saber que alteram o que, até hoje, se dava como certo e, como tal, fazia história. Deve vez, está em Santa Maria um grupo de duas dezenas de investigadores de sete países, escolhidos a dedo consoante as áreas especializadas do saber em que são formados. A selecção não é fácil. Porque é raro ter fósseis quase à mão em ilhas, Santa Maria surge como um local quase único para a investigação. Divididos em seis equipas, os investigadores vão dedicar-se a áreas específicas, desde a identificação e catalogação dos fósseis de dentes de tubarão mipliocénicos, à datação das plataformas de abrasão marinha na zona do aeroporto e à recolha de amostras nos sedimentos marinhos fossilíferos plistocénicos de vários locais da ilha. Está ainda previsto que uma equipa trabalhe na datação dos fósseis marinhos encontrados nas jazidas miopliocénicas, outra recolha rodólitos e outras algas calcárias fósseis. Neste emaranhado de termos complicados para o cidadão comum, é interessante e importante que o jornalista procure descodificar a missão. Dizem-nos que o líder é Sérgio Ávila. Atendeu-nos ao telefone com um tom apressado e acedeu a estar meia hora (entre as 14 e as 14h30 do dia anterior ao voo para Santa Maria) com a equipa de reportagem para explicar o trabalho dos investigadores ao longo da próxima semana. Fomos encontrá-lo no Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. E ali estava ele, um jovem franzino de barba com um ar jovial e um sorriso nos lábios com um perfil entre Potter e Ford.
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À partida, muitos de nós somos levados a pensar que quando se junta um grupo de investigadores açorianos, nacionais e internacionais para ir estudar fósseis a Santa Maria, se está a disponibilizar verbas do orçamento público para um determinado número de pessoas passar umas férias na ilha de Gonçalo Velho em amena cavaqueira. Mas, quando conversámos com estes estudiosos percebemos o quão enganados estamos. Pela seriedade que colocam no que fazem, pelas investigações que desenvolvem, pelas teorias que defendem, e pelos resultados a que chegam, verificámos que se trata de um trabalho meritório com linhas lógicas do saber que alteram o que, até hoje, se dava como certo e, como tal, fazia história. Deve vez, está em Santa Maria um grupo de duas dezenas de investigadores de sete países, escolhidos a dedo consoante as áreas especializadas do saber em que são formados. A selecção não é fácil. Porque é raro ter fósseis quase à mão em ilhas, Santa Maria surge como um local quase único para a investigação. Divididos em seis equipas, os investigadores vão dedicar-se a áreas específicas, desde a identificação e catalogação dos fósseis de dentes de tubarão mipliocénicos, à datação das plataformas de abrasão marinha na zona do aeroporto e à recolha de amostras nos sedimentos marinhos fossilíferos plistocénicos de vários locais da ilha. Está ainda previsto que uma equipa trabalhe na datação dos fósseis marinhos encontrados nas jazidas miopliocénicas, outra recolha rodólitos e outras algas calcárias fósseis. Neste emaranhado de termos complicados para o cidadão comum, é interessante e importante que o jornalista procure descodificar a missão. Dizem-nos que o líder é Sérgio Ávila. Atendeu-nos ao telefone com um tom apressado e acedeu a estar meia hora (entre as 14 e as 14h30 do dia anterior ao voo para Santa Maria) com a equipa de reportagem para explicar o trabalho dos investigadores ao longo da próxima semana. Fomos encontrá-lo no Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. E ali estava ele, um jovem franzino de barba com um ar jovial e um sorriso nos lábios com um perfil entre Potter e Ford.
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Ler notícia relaccionada (23 de Junho)
Informação/Foto: Jornal Correio dos Açores