

A nossa Capela enfeitada com esmero, quase foi pequena para acolher fiéis devotos de S. João, os Escuteiros que incorporaram depois o cortejo da coroação, o grupo Coral que cantou afinado os cânticos dados da festa do Espírito e os que foram coroados no final da cerimónia.
A mim, chamou-me a atenção um casal que no fundo da igreja acompanhou todos os passos da cerimónia com toda a atenção e respeito. Chamou-me a atenção por terem aspecto de estrangeiros. No final da cerimónia lá estavam a fotografar a saída do cortejo. Pensei: devem de achar no mínimo interessante todo este ritual de coroação, foliões e vão levar para a sua terra uma recordação interessante de dias passados em Santa Maria. Quando os vi, depois, no caminho de Sant’Ana, a pé, a acompanharem o cortejo e a fotografarem já achei que havia uma persistência invulgar para turistas e quando estando eu a fotografar os caldeiros onde coziam as carnes para as sopas ouvi o homem num português quase tão mau como o meu inglês ou o meu francês dizer: A Francisca que ajudar, pode? E depois vi ambos dentro da copeira a lavarem louça, a desempenharem todas as tarefas que lá se fazem pensei: Caramba, há quem fique à espera de ser convidado para ajudar no Império e há quem tome a iniciativa e se junte aos que trabalham sem distinção rigorosamente nenhuma de classe social, religião ou raça. Abençoadas as mãos que se juntam às outras mãos para que eu esteja sentada à mesa da partilha a comer estas sopas. Viva o Espírito Santo! Viva o Imperador! Viva os cozinheiros!! Vivó!!!!
Acrescento: Viva Christian Solen Thaler e Francisca Thaler!! Vivó!!
Texto e fotos de Ana Loura