Forças especiais “invadem” Santa Maria
Uma cimeira da NATO, na ilha de Santa Maria, para a integração de um país fictício é o cenário do exercício militar “Açor 081”, que se realiza a 29 e 30 de Janeiro, envolvendo cerca de 400 militares dos três ramos das Forças Armadas.
Uma cimeira da NATO, na ilha de Santa Maria, para a integração de um país fictício é o cenário do exercício militar “Açor 081”, que se realiza a 29 e 30 de Janeiro, envolvendo cerca de 400 militares dos três ramos das Forças Armadas.
O vice-almirante Carvalho Abreu, comandante do Comando Operacional dos Açores (COA), apresentou o exercício numa conferência de imprensa, onde explicou que um grupo de trinta militares dos fuzileiros, pára-quedistas e forças especiais vão procurar infiltrar-se na ilha de Santa Maria e atacar diversos pontos específicos da ilha, como o aeroporto, porto, central eléctrica, centro de comunicações, depósitos de combustíveis e local onde se realiza a Cimeira da NATO.
Os militares do Exército, Força Aérea e Marinha, colocados nos Açores, que estão à disposição do COA, vão procurar garantir a segurança da cimeira e impedir a realização de acções de sabotagem pela força oponente. Durante o exercício, não serão utilizadas quaisquer munições, granadas ou explosivos, tendo sido emitida uma directiva para que os militares salvaguardem a preservação do ambiente e não alterem as rotinas diárias da população de Santa Maria.
O exercício pretende testar os planos de contingência e a estrutura regional de Comando e Controlo.
Um dos principais objectivos é testar a capacidade dos militares face às novas formas de ameaças assimétricas, onde um grupo reduzido de militares altamente preparado, procura provocar danos avultados em locais específicos. O Vice-almirante Carvalho Abreu sublinha que “este exercício constitui uma mais-valia para o emprego das Forças Armadas em exercícios/actuações conjuntas em acções de apoio à Protecção Civil.
Todo o exercício, apesar da sua natureza militar, apresenta uma envolvente de preparar os militares ao nível do comando e controlo, mobilidade, relacionamento com terceiros, na área de Protecção Civil e segurança, permitindo aumentar as competências dos militares envolvidos e testar os meios disponíveis.
“Durante esses exercícios descobrimos fragilidades que ainda temos e melhoramos aquilo que fazemos. Estes exercícios são extremamente ricos e correspondem a uma lição para o futuro. Verificamos que nunca temos tudo e é necessário uma capacidade de resolução dos problemas, numa situação de catástrofe”, afirmou o responsável do COA.
O Vice-almirante destacou ainda que durante estes exercícios “acontecem sempre situações novas que permitem de forma directa e indirecta melhorar o conhecimento e aumentar a capacidade de resposta”, destacou.A promoção do comando e controlo dos militares, a mobilidade interilhas e o treino conjunto dos diversos ramos das Forças Armadas são as principais vantagens deste exercício.
A ausência de um navio polivalente
O facto da Marinha Portuguesa ainda não possuir um navio polivalente de logística, que permita o transporte de todos os materiais (veículos e helicópteros) e militares em apenas uma viagem para a ilha de Santa Maria, torna necessário o transporte desses meios por via aérea e marítima. “Este meio é extraordinariamente importante em qualquer situação de emergência e não tenho dúvidas que é vital nos Açores”, declarou o Vice-almirante Carvalho Abreu. O comandante do COA assume que este navio “constitui uma clara mais-valia”, porque responde em termos militares e no apoio à Protecção Civil. “Este meio iria garantir-nos uma capacidade completa para o apoio em situações de calamidades. O projecto deste navio prevê que seja utilizado onde for necessário”, concluiu. Fonte: Jornal Açoriano Oriental