"O desastre marítimo do Arnel, a 19 de Setembro de 1958, ainda está bem vivo na memória de muitos. Poucas horas depois de ter iniciado mais uma das muitas viagens que realizava entre Santa Maria e São Miguel, e pelas 02h00 da madrugada, acabou por encalhar no Baixio dos Anjos, originando o desembarque, por balsas, dos seus passageiros e tripulação. Eduarda e Carlos Dutra, de sete e quatro anos respectivament,e vinham despedir-se da avó materna a São Miguel, mas nunca chegaram a fazê-lo. Eduarda foi salva por uma corda que a prendia à cintura e ao barco. Carlos foi uma das 14 vítimas mortais do naufrágio de uma destas balsas. Hoje mesmo, passados 50 anos, Eduarda recorda, na primeira pessoa, a mágoa que é perder alguém em circunstâncias tão inesperadas. Lembro-me de me arrastar pelo lado do barco acima. Era todo preto e a noite ainda mais o era. Pouco ou nada se conseguia distinguir, mas eu vi a lancha virar, refere." Foto: Direitos Reservados
Este texto é parte de uma reportagem levada a cabo pelo jornal Correio dos Açores junto de um dos sobreviventes do naufrágio do Arnel.