Que o serviço público de transporte marítimo de passageiros na Região é uma anedota não é novidade, que quando o Secretário Regional da Economia toma alguma decisão sobre o assunto, mete água, também não é novo, que este modelo de transporte não serve nem os autóctones nem os visitantes, todos o sentimos, que as ilhas fora do “eixo” Ponta Delgada, Angra e Horta (já nem isto corresponde bem à realidade) ficam com as sobras e vêem constantemente as viagens programadas serem canceladas e/ou adiadas, sem explicações plausíveis, é já uma rotina. Tudo isto é do domínio público e não constitui novidade. Qualquer empresário ou utente florentino, graciosense, corvino, mariense ou jorgense conhecem esta realidade e estarão mais autorizados que eu, a sobre ela tergiversar.
Trago hoje ao vosso conhecimento e para vossa reflexão uma situação que se não fosse um claro exemplo de má gestão e de desperdício de tempo e dinheiro (público) seria caso para o acrescentar ao anedotário sobre os transportes marítimos de passageiros da era Duarte Ponte/Carlos César. Pois bem! Leiam, procurem outras fontes e confirmem o que passo a descrever e construam o vosso próprio juízo.
O “Express Santorini” alterou a sua viagem a Santa Maria para transportar 12 carros antigos e cerca de 40 pessoas. Esta viagem coincidiu com a estada do navio que abastece de combustível a ilha de Santa Maria (demora mais de 30 horas).
Nada de extraordinário não fosse a operacionalidade do porto de Santa Maria que, como sabemos, depois de ter sofrido obras para a acostagem dos “ferries” depressa se verificou que afinal não servia para o efeito.Assim, o navio de combustível atraca de manhã para, antes de concluir a descarga, sair à tarde e dar lugar ao “Express Santorini” que depois de desembarcar os passageiros e os “carrinhos de colecção” se mantém atracado até os intervenientes no passeio de carros antigos estarem prontos para zarpar rumo a Ponta Delgada, então sim o navio de combustível poderá novamente regressar ao porto de Santa Maria e completar a descarga de combustível. Uma operação comercial que normalmente dura cerca de 36 horas desta vez vai levar 50 horas. Como é que é possível? Pergunta o leitor e… pergunto eu!Só mesmo os tiques de novo riquismo que se enquistaram na governação autárquica e regional (PSD e PS) justificam tamanha “brincadeira”. Fonte: Momentos a 13.09.2008