A estação de rastreio da ilha de Santa Maria acompanhou ontem, pela primeira vez, o lançamento do foguetão Ariane-5, da Agência Espacial Europeia (ESA), que transportou um veículo (ATV) que vai reabastecer a Estação Espacial Internacional.
A infra-estrutura dos Açores foi uma das cinco espalhadas por várias partes do mundo, que acompanharam o foguetão Ariane-5 lançado ontem às 03:03 dos Açores (04:03 de Lisboa) da Guiana Francesa, com o Automated Transfer Vehicle (ATV), que leva cerca de 20 toneladas de carga para abastecer a Estação Espacial Internacional (ISS), entre mantimentos, ar, equipamentos e combustível.
A Estação Espacial Internacional está a cerca de 370 quilómetros de altitude e o ATV, que resultou de um projecto de 11 anos orçado em 1.300 milhões de euros, deverá atracar no seu módulo russo dentro de 14 dias, depois de uma série de testes.
Baptizado "Júlio Verne", o ATV é um veículo automático de reabastecimento e está equipado com os seus próprios sistemas de propulsão e de navegação. Além da estação de Santa Maria, a missão da ESA foi rastreada por outras quatro estações localizadas na Guiana Francesa, num navio entre a América do Sul e os Açores, na Austrália e na Nova Zelândia. A estação de rastreio de Santa Maria acompanhou o foguetão e o ATV durante duas passagens a sul e a norte da ilha açoriana, a primeira das quais poucos minutos depois do lançamento na Guiana Francesa, na América do Sul.
A estação da ilha açoriana, que custou cerca de três milhões de euros, dois dos quais suportados pela ESA e o restante financiado pelo Governo açoriano, foi inaugurada a 17 de Janeiro e é a única da ESA em Portugal. Situada a cerca de 200 metros de elevação, no topo do Monte das Flores, a estação de rastreio é "uma das primeiras" da rede ESTRACK com a capacidade de fazer rastreio de lançadores de satélites. Consiste numa antena com um reflector parabólico com 5,5 metros de diâmetro instalada numa plataforma de cimento e inclui equipamento de telecomunicações, um sistema de fornecimento de energia eléctrica de emergência, protecção anti-raios e infra-estruturas de suporte. Fonte: Lusa / Foto: Direitos Reservados