quarta-feira, 6 de março de 2019

SPER - Um ano depois....



À data de 26 de Fevereiro, fez um ano que o Governo Regional dos Açores anunciou uma reforma no sector empresarial da região. Das medidas anunciadas na altura, encontrava-se a extinção e alienação de capital de umas empresas e/ou a cedência de X % de quotas em outras onde tinha participação indirecta. 
Um ano depois, em alguns casos, consegue-se ter a percepção que pouco ou nada mudou. Senão vejamos. Na saúde, foi extinta a Saudaçor mas continuamos "coxos" pois o SRS vai de mal a pior.
Nos transportes, além da extinção da SATA SGPS e a cedência dos 14% que a Sata Air Açores detinha na Associação de Turismo dos Açores, assistiu-se ao fracasso da alienação dos 49% do capital da Azores Airlines. A coisa não está fácil ou, como suspeito, alguém não a quer ver direita. 
No que toca à Portos dos Açores, havia a intenção de alienar a sua participação de 100 por cento na Naval Canal, Lda, ceder a sua quota de 25 por cento na AGESPI - Associação de Gestão Parque Industrial da Terceira e ainda extinguir a sua participação na Associação Portas do Mar.
Desconheço qual terá sido o nível de execução mas, a ter em conta a versão "cabriolet" em que se encontra a Gare do Cais Ferrie em Vila do Porto e ao tempo que está, arriscaria dizer que os desígnios do GRA em matéria de alienações, foram muito além do previsto.
Na EDA, segundo o mesmo plano de intenções anunciado há um ano atrás, a ideia passava por alienar a sua participação de 62% na NORMA, SA, a de 60% na Controlauto Açores, Lda, e ainda as participações na NOS Açores, Oni Açores e ENTA. Só é pena não se ter notado esta poupança na fatura que recebemos ao final de cada mês!! 
Para a Ilhas de Valor SA, que se divide entre a incessante procura do "hole in one" sagrado e a tentativa de ganhar um óscar no mercado imobiliário, foi anunciada uma mega reestruturação. A alienação de 60% da sua participação na Pousada da Juventude da Caldeira do Santo Cristo.
Como acionista direto, o GRA decidia ainda, alienar a sua participação de 51% nas Pousadas da Juventude, 22% na ENTA - Escola de Novas Tecnologias dos Açores e ceder os 18% que detinha na ATA - Associação de Turismo dos Açores. 
O estado crítico (mas bem mascarado) em que se encontram as contas públicas regionais obrigaram ainda a Lotaçor, a extinguir a Empresa Espada Pescas, Lda. e a reduzir a sua participação na empresa Santa Catarina - Indústria Conserveira.
Em suma, foi um autêntico missal aquele que o Governo dos Açores preconizou  para o sector público empresarial da região (SPER) mas, um ano depois, percebe-se que este refletiu apenas (mais) uma operação de charme que em pouco ou nada foi benéfico para os contribuintes.