sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Porque é que um skate parque não é apenas um skate parque... ou como a política é uma coisa desprezível:



Tem havido alguma celeuma relativamente a algumas inscrições do novo orçamento camarário, sobretudo àquela que diz respeito à construção de um skate parque. Confesso que fico escandalizado quando a oposição camarária do PS vem à comunicação social dizer que não estamos em altura de projectos megalómanos e que o que é preciso é dar comidinha às famílias desfavorecidas. Duas coisas a este propósito: nem um skate parque é um projecto megalómano (o campo de golfe, sim, só para dar um exemplo, inventado e desinventado pelo PS), nem é de desprezar que os jovens precisam de incentivo para se afastarem de caminhos mais perigosos que aqueles que as rampas de skate desenham... (já agora pergunto por que razão é que o governo regional acabou com a direcção regional do combate às dependências, em vez de acabar, por exemplo, com algumas empresas públicas).
Agora vamos à parte que pode justificar, de certa maneira, a razão pela qual o skate park é chamado de projecto megalómano. A Câmara Municipal não soube explicar no orçamento o investimento e deu-lhe o pior nome que podia dar: assim, de forma redutora, como o sabemos: "skate park". Aquilo é muito mais do que um skate park, primeiro porque vai qualificar uma zona que já foi uma lixeira, depois porque um skate park é um espaço onde se praticam desportos radicais, é verdade, mas também onde se instalam outros equipamentos de diversão infantil e onde qualquer pessoa pode ir passear e divertir-se. A foto que ilustra este artigo é do skate park da Horta, vejam como é megalómano...
Em alturas de crise devemos investir em equipamentos sociais e é isso que um skate park é. E ao contrário do que se pensa há muito mais jovens com um skate do que se julga, só não se vêem mais porque não têm onde praticar o seu desporto em segurança.
Em alturas de crise, ainda, a política que a Câmara Municipal tem seguido, de dar trabalho a empresas de construção locais, é um acto de solidariedade social, também: lá está, dá comidinha da mesma maneira, só que como deve ser, que é fomentando o trabalho e o investimento.