domingo, 22 de agosto de 2010

26º Festival Maré de Agosto - 3º Dia.


O terceiro dia do Festival Maré de Agosto começou pelas 16h00 no Palco TMN com os portugueses Sean Riley & The Slowriders. No entanto, a festa prolongou-se pela noite dentro com Grooveria, Walter Trout, Miguel Amado Group e ainda com as actuações dos DJs de serviço. De acordo com a organização, estiveram presentes cerca de 2500 pessoas.
Com meia hora de atraso e perante uma certa apatia por parte dos festivaleiros, Sean Riley & The Slowriders entraram em cena e deram um concerto com bastante público na Praia Formosa. «Foi dura a noite? Nós também estivemos por cá a ver concertos até tarde e estamos aqui frescos», disse, em jeito de provocação, o vocalista Afonso Rodrigues. A resposta: «Pois, mas não dormiste numa tenda», não tardou a chegar.
Embora com novas roupagens, no limiar do indie rock de guitarras, o concerto cruzou temas de «Only Time Will Tell» e «Farewell». Distorções, improvisos e brincadeiras diversas foram uma constante, deixando a descoberto a grande cumplicidade que existe entre os músicos. Por último, o vocalista aproveitou ainda para deixar um recado à organização: «É a nossa primeira vez, mas esperemos que não seja a última, gostávamos de voltar em breve».
Mais tarde, chegou a vez do colectivo brasileiro Grooveria, que também teve a sua estreia na ilha açoriana. Com muito groove e suingue, os músicos conseguiram que a plateia levantasse os pés do chão e sambasse. Oriunda de São Paulo, a banda aproveitou para resgatar e actualizar alguns clássicos de Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Max de Castro, Edu Lobo, e até de Bob Marley.
«Jorge Maravilha», «Berimbau», «O Nêgo Do Cabelo Bom» (na voz do DJ Rick Dub), «Ponteio» e «Get Up, Stand Up» são alguns dos temas que se puderam ouvir. A descontracção da banda e a simplicidade das letras fizeram com que o público entrasse na festa.
Já num registo diferente, subiu ao palco principal o norte-americano Walter Trout, acompanhado pela sua banda. O público, atento, mas pouco participativo, queria apenas divertir-se e, muitas vezes, parecia até esquecer-se de aplaudir. No entanto, não deixava de parar para ouvir as guitarradas ou a voz poderosa do músico.
«Satisfied», «Common Ground» (que teve direito alguns isqueiros no ar), «Danger Zone», «The Reaso I`m gone» foram algumas das escolhas do vocalista e guitarrista de blues. Reflexo de muitos anos no mundo da música, Walter Trout e os artistas que o acompanham mostraram, acima de tudo, segurança, serenidade e a determinação necessária para se lançarem a uma boa rockalhada. O espectáculo chegou ao fim pelas 3h00, mas não antes de Walter Trout se desfazer em elogios à beleza da ilha.
Do outro lado, no Palco TMN, actuava já Miguel Amada Group com uma proposta de jazz contemporâneo. O quinteto, liderado por Miguel Amado, primou pelo improviso e pela importância dada aos arranjos. Enquanto isso, o DJ búlgaro Kosta Kostov conduzia a noite no palco principal.
Texto/fotos: TVI24 e IOL Música