segunda-feira, 11 de março de 2019

Como as pilhas duracell......

Caminho Ribeira de São Domingos (Agromariense Coop)

Caminho Velho do Cais

Moinho da Carreira (Foto 2 e 3 - Março 2019)

É com profundo desapontamento e estupefação que constato, assuntos como a reabilitação do Caminho Velho do Cais e Ribeira de São Domingos ou, imagine-se, o Moinho da Carreira, ainda continuarem a originar discussão durante as sessões da Assembleia Municipal de Vila do Porto. O que até nem seria de estranhar mas caso o debate não assentasse, básica e fundamentalmente, em reivindicações que remontam 
aos primórdios da governação social democrata à frente da autarquia mariense. 
No caso particular do caminho da Ribeira de São Domingos, nota-se que desde abril de 2014, altura em que estaria a decorrer um levantamento topográfico a fim de ser elaborado um projeto de reabilitação, pouco ou nada mais de relevante foi divulgado relativamente às intenções do município. A rubrica afeta a esta intervenção consta em vários orçamentos mas alterações de fundo, e para pior, só mesmo a nível das condições de circulação.
Já no que respeita ao Caminho Velho do Cais e Moinho da Carreira, entre notas e informações disponíveis (ainda) online na página do município, não deixa de ser curiosa a leitura da compilação que abaixo partilho. 


Caminho Velho do Cais

Setembro de 2010
A autarquia concordava que o caminho velho do cais era muito frequentado, não apresentava segurança inclusivamente devido ao piso e que era intenção intervir de forma a melhorar as condições de circulação.

Dezembro de 2012
Estava prevista uma verba para ser utilizada na reabilitação do Caminho Velho do Cais. Algo que não veio a acontecer e no orçamento para 2013 nota-se a ausência desta rubrica.
A autarquia informa que a intervenção ainda não foi possível e que uma proposta da Junta de Freguesia de Vila do Porto estaria a ser analisada.

Abril de 2014
A intervenção estaria a cargo da arquiteta estagiária da autarquia e que, segundo o previsto, o caminho iria ser estreitado em algumas zonas e o chão revestido com pedra de calhau.

Abril de 2015
Pelo presidente da Junta de Freguesia de Vila do porto é tornada pública a informação que a obra ainda não teria começado por falta de mão de obra especializada (recuperação dos muros em pedra seca).

Junho de 2015
Questionada novamente relativamente ao assunto, a autarquia informa que afinal a reabilitação do caminho estaria a ser analisada devido à sua complexidade.

Fevereiro de 2016
Nova atualização. Desta feita que a reabilitação do caminho fará parte das obras previstas para a regeneração urbana.

Abril de 2016
Atendendo à demora do PO2020, a autarquia teria decidido candidatar-se ao PIRUS (Plano Integrado de Regeneração Urbana Sustentável) com alguns projetos entre eles o da reabilitação do caminho velho do cais.

Abril de 2017
Exatamente um ano depois. A dúvida se o caminho velho do cais seria reabilitado antes do verão é dissipada com a autarquia a informar que a intervenção já estaria orçamentada e teria inicio em breve.

Setembro de 2018
Novo mandado. As mesmas (e velhas) questões. 
A autarquia informa que o processo está sendo adiado e que será necessário fazer um projeto.

Dezembro de 2018
Dois meses depois fica-se a saber que o projeto será efetuado e, se possível, candidatável a algum eixo, em 2019.

Fevereiro de 2019 
Para quando a reabilitação do Caminho Velho do Cais?
Sensivelmente uma década depois, quase a meio do terceiro e último mandato à frente dos destinos do município, percebe-se claramente que faltam respostas convincentes para justificar alguns atrasos ou esquecimentos. Este é um exemplo claríssimo e sobre ele, a autarquia disse haver a necessidade de ser feito um projeto para posterior candidatura ao PIRUS.
Portanto, desde Abril de 2016 que a autarquia pensa em candidatar esta obra ao PIRUS mas até à data......... "Niente" !!


Moinho da Carreira


Fevereiro de 2012
São pedidos esclarecimentos sobre a situação do moinho. A autarquia informa que a candidatura ao PRORURAL para reabilitação do imóvel avançaria dentro de dias.

Abril de 2013
É solicitada informação sobre a situação do Moinho. A autarquia diz que o projeto estava no arquiteto e que este modelo ficaria para a recuperação futura de outros moinhos. Ficaria concluído em poucos dias.

Abril de 2014
O projeto de requalificação estava concluído e foi elaborado por um arquiteto local. Aguardava apenas pela aprovação do PRORURAL.

Fevereiro de 2015
Era dada a informação que a obra de reabilitação decorria a bom ritmo e que, o empreiteiro teria já agendado para 21 de Março, a instalação da cúpula.
Neste ano, é concluída a obra.  

Fevereiro de 2016
À pergunta de qual seria a estratégia para que o moinho pudesse constar dos locais a visitar por quem chega à ilha, por exemplo, com a implementação de um horário fixo, foi respondido que ainda faltava fazer o teste final ao equipamento.
E que posteriormente seria entregue a sua gestão/concessão provavelmente à Junta de Freguesia de Almagreira que o promoveria através de visitas e eventos.

Setembro de 2016
O Moinho ainda não tinha sido entregue. No entanto, pelo interesse que desperta, já tinha sido visitado por alguns operadores turísticos.
Continuava a esperar-se pelo acabamento na engrenagem a fim de ser realizado o teste final e efetuar a concessão.

Setembro de 2017
Na sequência da informação prestada relativamente à atividade do município, na última assembleia do mandato 2013/17, o presidente da câmara é confrontado com a pergunta se, em caso de reeleição, o moinho da carreira (e a casa das covas entretanto adquirida posteriormente), teria outro tipo de visitação que não o constatado até então e que passava por solicitar a chave à Junta de Freguesia de Almagreira de forma a poder dar a conhecer o único moinho restaurado da Ilha. 
Em resposta, o presidente reitera a intenção futura de promover e integrar ambos os imóveis num roteiro.  

Novembro de 2017
Não houve desenvolvimentos. Ia ser levada a cabo uma pintura ao edifício.
O equipamento em falta (moitões) apenas teriam chegado há poucas semanas e que, em breve, a autarquia iria reunir com a Junta de Freguesia de Almagreira para delinear qual a melhor forma de o promover enquanto ponto turístico a visitar.

Abril de 2018
A autarquia é confrontada com questões relativas a alguns sinais visíveis de degradação e, por este motivo, se estariam previstos trabalhos de manutenção.
Se, em termos de funcionamento, o moinho estaria a ser como ponto turístico visitado uma vez que é o único moinho restaurado na Ilha.
Pela voz do presidente do município, fica a saber-se que tem havido manutenção do edifício/espaço envolvente. Que houve o azar do vento forte ter partido duas das pás do moinho mas que já estaria a decorrer o processo de recuperação. Quanto ao resto, ou não respondeu ou está omisso na ata da sessão. 

Setembro de 2018
É solicitado um pedido de esclarecimento relativo à limpeza do interior e espaço exterior e perguntado para quando estaria prevista a recolocação das pás bem como em quem recai a responsabilidade pós obra.
Fica-se a saber que as pás foram retiradas por motivo de segurança. Que os pombos são uma ameaça para a madeira e que a autarquia estaria a tentar minimizar o problema. As pás iriam ser recolocadas em breve pelo empreiteiro.

Fevereiro de 2019
- Qual a situação atual do Moinho da Carreira?
A degradação crescente a que está sujeito o imóvel, em particular a cúpula de madeira, e a demora em coloca-lo funcional, motiva uma vez mais que a questão se levante. 
Em resposta, a autarquia informa que teria sido adquirido um produto de alta qualidade para ser aplicado mas que aguardava a disponibilidade do empreiteiro.