domingo, 5 de maio de 2013

ILHA FESTIVAL


Em Portugal Continental temos a Vila Natal, a Vila Chocolate, a Cidade do Móvel... enfim, uma data de desculpas para fazer de uma vila ou cidade um lugar único. E isso resulta em grandes benefícios para a comunidade que se une à volta desse conceito.
Não percebo por que razão havemos de demorar a considerar Santa Maria a Ilha Festival. Temos tudo para garantir sucesso nesta ideia: três grandes festivais, incluindo o melhor, o maior e o mais antigo dos Açores, como toda a gente sabe.
O problema desta ideia nunca se concretizar reside em dois aspectos: um, o pior de todos, é que em Santa Maria não nos unimos, verdadeiramente, para valorizar as nossas coisas, outro, mau também, é que ninguém pode ter uma ideia que toda a gente quer fazer o mesmo, no caso dos festivais, chega a ser ridículo e uma falta de bom-senso realizar eventos similares em ilhas diferentes, na mesma altura, com cartazes a apelar a públicos-alvo idênticos. Infelizmente, a juntar a isto tudo, temos uma crise que é desculpa para todo o tipo de cortes.
Compreendo que temos de nos adaptar, mas há situações em que as adaptações não têm que ser sempre no sentido de diminuir, de cortar e de prejudicar: esta era a altura certa para investir, apoiar e expandir. Um euro aplicado num festival de música como os que são realizados em Santa Maria, vale mais que um euro aplicado no subsídio a seja o que for, porque o que está em causa é muito mais que divertimento: os festivais são momentos de afirmação, de identidade cultural, de comércio, de oportunidades turísticas, de abrir as portas!
Oxalá, este ano, os festivais não dêem prejuízo e não fiquemos a acrescentar tristezas às que já nos são aplicadas, todos os dias. Uma boa maneira de contrariar isto é dar ânimo a quem os realiza e pressionar quem MANDA para acreditar na ideia de que uma ILHA FESTIVAL pode ser apenas outra forma de dizermos que somos únicos, seja com blues, folk ou world music.

Espreitem o cartaz da 29ª edição da MARÉ DE AGOSTO: é fantástico. Vão juntando uns trocos e não arranjem desculpa para não comprar o bilhete, vá lá.