sábado, 19 de janeiro de 2013

Só eu sei porque fico em casa:

foto tirada daqui


Daqui a vinte minutos começa a discussão pública do Plano de Pormenor dos Anjos. Vou ficar em casa. Não é porque não vale a pena, é porque não vale mesmo a pena. A sessão será para promover uma formalidade. Qualquer reclamação terá de ser feita por escrito, conforme legislado. Por isso, eu que quero reclamar, se for para lá fazê-lo terá sido em vão. Até porque a minha questão não tem que ver com qualquer questão técnica do PP dos Anjos. Tem que ver com a generalidade da estratégia que está por trás disto tudo.
Quem olha para este postal antigo dos Anjos, vê algo que admira ou algo que despreza? Não bastava resumir a sessão de hoje a isto? O que está em cima da mesa é transformar este postal numa imagem paleolítica aonde não se pode regressar jamais.
Ontem, em Almagreira, o vice-presidente foi de uma grande dignidade. Terá começado mal a sessão, com um esclarecimento que, à maioria, ficou sem o contexto devido, mas, pela noite fora, foi capaz de manter a calma e tentar parar ao máximo o descarrilamento do PP da Praia Formosa. Será que hoje vai ter pela frente o mesmo trabalho? Se sim, parece-me que o que pode sobrar destas audiências é o descontentamento geral da população que, a bem ou a mal, o elegeu. Não concordo, todavia, com a opinião que deixou ao jornal O Baluarte, quando diz ter a impressão que não havia opositores ao PP da Praia, mas sim reclamantes a questões pontuais. Se tivesse havido a oportunidade de referendar o PP da Praia com a simples questão: Queima-se isto, sim ou não? A maioria teria respondido SIM. E se oportunidade houvesse para um referendo idêntico em relação aos Anjos a resposta era a mesma. Porque os marienses, cada vez mais, apercebem-se que querem a sua ilha valorizada pelo que tem de natural e intocável, que nós (ou será os outros) já destruíram o suficiente.
Eu fico em casa. Mais logo hei-de saber das fofocas: quem gritou mais, quem teve razão, se alguém defendeu, literalmente, os cagarros e a questão, inalienável, de que aquele lugar, é o berço da humanidade açoriana, para não mencionar o pequeno detalhe de Cristóvão Colombo ter por lá passado e agradecido a benção de Santa Maria. Não o vilipendiem. Os Escravos da Cadeinha, mereciam um pouco mais de respeito.

Abraço, Daniel.