POR FAVOR…VALHA-NOS ALGUÉM RESPONSÁVEL!.....
O frade não leva três em capelo!…ou levará?
Há oito dias foi o socorro com sucesso dos tripulantes do veleiro Espanhol que naufragou ao largo de Santa Maria. Neste domingo que passou (dia 20) foi o desaparecimento de um jovem Mariense na costa da ilha e, uma vez mais está demonstrada a fragilidade e escassez de meios materiais oficiais adequados para intervenção/actuação em situações emergentes com condições climatéricas adversas.
Já toda a gente “menos iluminada” se deu conta disso, só falta arranjar maneira de se conseguir um pouco da pouca disponibilidade dos “iluminados” com poder de decisão, para, de uma vez por todas, porem cobro a esta insuficiência e dotarem as autoridades marítimas da ilha dos meios adequados para qualquer situação de busca ou salvamento.
Uma vez mais e, salvaguardado o empenho e humanismo dos profissionais da P.M. local, volta a ser necessária a imprescindível colaboração dos civis e dos seus meios materiais, para se conseguir dar mais alguma dignidade à busca do desaparecido.
Desta vez até veio de Ponta Delgada uma embarcação da marinha (semi-rígido com 12 metros equipado como deve ser) com uma equipa de mergulhadores para participar nas buscas. Tiveram uma viagem de vinda demorada (cerca de quatro horas) devido às condições do mar, chegaram e fizeram um mergulho de cerca de meia hora, porque entretanto deixava de haver condições de visibilidade que permitissem a continuação e, quando se pensava que pernoitariam na ilha e continuariam as buscas no dia seguinte, eis que recebem ordens de regresso a Ponta Delgada, e lá foram.
Hoje (ontem) recomeçaram as buscas com os meios oficiais disponíveis e, novamente, com a ajuda sempre pronta de muitos Marienses que, ou por mar ou por terra se desdobram em esforços, na tentativa de encontrar o desaparecido.
É verdade que, provavelmente nesta situação, não se devolverá a vida ao desaparecido, mas ao menos deve-se-lhe, e aos familiares, o respeito de o encontrar.
Por volta das 16h00 de hoje (ontem), chegaram no helicóptero da força aérea, o comandante da capitania e três mergulhadores para colaborarem nas buscas.
É a segunda situação, em quinze dias, demonstrativa da precariedade de meios com que a ilhota está dotada. Quantas mais situações serão necessárias, quantas mortes ou desaparecimentos, para que alguém com responsabilidade na matéria, se decida e faça o que tem que ser feito?
Ainda há cerca de três semanas se assistiu na Horta a uma pomposa e aparatosa demonstração dos novos meios náuticos, enquanto noutras ilhas continua a ser mais do mesmo. Até se ouve que há algum tempo foi adquirida uma embarcação para Vila do Porto que perdeu o rumo e ficou-se por Ponta Delgada, será verdade?
O importante seria mesmo dotarem a capitania de Vila do Porto de meios!
Bem hajam e ajam os decisores!
Vila do Porto, 22 de Fevereiro de 2011
António Carlos Botelho Sousa.