quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Escusado será dizer "quando os €€ não são nossos....."


Porque foi recusada a recepção do navio?
É simples. No decurso da construção o projecto foi alterado para aumentar a segurança. O processo fez com que o navio ficasse mais pesado. O peso a mais causou uma diminuição da velocidade que se cifra em 1,4 nós, isto é, o navio, que era suposto dar 18 nós, só dá 16,6.
Em linguagem “terrestre”, o navio, em vez de chegar aos 33,3 quilómetros por hora, chega só aos 30,71. Como se vê, uma diferença brutal, importantíssima, arrasadora!
Daí que o governo socialista dos Açores o tenha recusado, se tenha comprometido (sem concurso) com uma despesa de cerca de metade do seu preço, para dois anos, o que quer dizer que, em menos de cinco anos, teria pago o dito navio, e ficado com ele nos seus activos. Assim, fica na mesma sem o dinheiro e sem o activo!

Não faço ideia do que pensará disto o Tribunal de Contas. Gostava de saber. Não sei o que pensarão disto os perseguidores da corrupção, que por aí abundam, impolutos e sérios. Gostava de saber.
Não sei o que pensará o ministro das finanças. Gostava de saber. Não sei o que pensará o primeiro-ministro, se é que pensa nalguma coisa que não seja a próxima mentira que dirá aos portugueses. Não sei o que pensa o Presidente da República, tão preocupado que andou, há tempos, com os Açores, se é que tem tempo para pensar noutra coisa que não seja a sua continuidade no poleiro.

O IRRITADO pensa que estas coisas de alugueres milionários, habitualmente, dão pano para mangas.
Pensa que é totalmente ilegal, para além de imoral, fazer ajustes directos para montantes desta ordem.
Pensa que o PGR anda a dormir.
Pensa que, se o governo dos Açores não fosse do PS, outro galo cantaria perante uma coisa destas.

E não pensa mais porque estas coisas lhe metem um nojo do caneco.

Texto: IRRITADO