quinta-feira, 9 de julho de 2009

Resultados da Investigação.


Uma nova espécie de invertebrados, dois novos registos de tubarões e outros dois de moluscos marinhos foi o resultado da expedição científica realizada em Santa Maria, para estudar os fósseis da mais antiga ilha dos Açores. “A expedição correu muito bem, conseguimos resultados científicos excelentes, penso que foi uma expedição que pode marcar a diferença em termos de exposição desta ilha”, afirmou Sérgio Ávila, coordenador científico da expedição. A expedição, a sexta da série ‘Paleontologia nas Ilhas Atlânticas’, decorreu durante uma semana e envolveu cerca de duas dezenas de investigadores de várias nacionalidades. No balanço dos trabalhos realizados, Sérgio Ávila destacou a descoberta de um fóssil de uma nova espécie de invertebrados. “Encontramos uma craca que é endémica de Santa Maria, não existe em mais lado nenhum”, frisou. Os trabalhos realizados permitiram ainda descobrir dois novos registos de tubarões, salientando o investigador que se trata de “espécies já conhecidas, mas que ainda não tinham sido registadas nos Açores”. A expedição permitiu ainda encontrar “dois novos registos de moluscos marinhos”, acrescentou. Estas descobertas serão divulgadas em artigos científicos, que Sérgio Ávila espera que possam ser submetidos a aprovação até ao final do ano.
Raridade
A ilha de Santa Maria é a mais antiga do arquipélago dos Açores, com cerca de oito milhões de anos, sendo também a única onde existem fósseis marinhos, o que é raro em ilhas oceânicas. O fóssil mais antigo encontrado em Santa Maria tem mais de cinco milhões de anos. Para promover a divulgação deste importante património, Sérgio Ávila defendeu a criação de uma Rota dos Fósseis, integrando quatro trilhos e um trajecto de barco em volta da ilha, com saídas a terra em dois locais. “Para cada um destes trilhos é possível fazer uma produção científica que resulte numa história atractiva e surpreendente para os visitantes”, frisou o investigador, salientando a importância dos visitantes serem sempre acompanhados por guias especializados que expliquem o que estão a ver. Ao longo dos trilhos, poderão ainda ser instalados espaços expositivos, com carácter didáctico e interactivo, nos pequenos fortes militares existentes na ilha. “Estes pequenos fortes estão a degradar-se por falta de uso e podem ser utilizados para apoio aos trilhos”, defendeu. Sérgio Ávila pretende também propor às autoridades açorianas competentes a criação de um museu, que poderia ser instalado no Forte de São João Baptista, na praia do Calhau. “Seria um museu de características únicas, que se poderá chamar a Casa dos Fósseis”, afirmou o coordenador científico da expedição. Fonte: Açoriano Oriental