O livro “O Povo de Santa Maria – Seu Falar e Suas Vivências” de Arsénio Chaves Puim foi apresentado na passada sexta-feira, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, um espaço pequeno para albergar tantos convidados e amigos do autor. Entre os presentes, destaca-se a presença do presidente da edilidade local, Rui Melo, a presidente da Câmara Municipal de Vila do Porto, Nélia Figueiredo, João Braga, Pedro Bicudo, director da RTP- Açores.
A sessão solene de apresentação da obra esteve a cargo de João de Sousa Braga, director do Jornal Baluarte, que fez uma introdução muito completa do livro, assim como falou dos costumes e das diferentes maneiras de ser dos marienses. Seguidamente, teve a palavra o autor do livro, Arsénio Chaves Puim, o homem que pretende manter viva a chama de Santa Maria no seu coração, pois foi aquela Ilha que o acolheu de alma e coração, como o próprio afirma. E fruto disso mesmo, foi o aparecimento do seu outro livro há alguns anos atrás, intitulado “A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria”. Actualmente, a residir em Vila Franca do Campo, Arsénio Puim diz que jamais se esquecerá o seu amor à Ilha, que primeiro o agasalhou e lhe vinculou a alma.
Arsénio Puim apresentou o seu livro de uma forma simples, mas recheado de emoção, onde pretendeu expandir-se no tempo. Começou por uma alusão a tudo quanto a Ilha natal lhe ensinara e como foi absorvendo ao longo dos anos da sua estadia junto da comunidade mariense. Depois explicou como foi que se dedicou à escrita, sendo ele próprio um “historiador” e aprendiz dos brandos usos e costumes das gentes da Ilha de Santa Maria.
Para a apresentação deste livro, o seu autor recebeu todo o apoio da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, até porque o município Vila-franquense e Vila do Porto são “Vilas Irmãs”. Rui Melo frisou que “há mais de cinco séculos que Vila Franca do Campo e Vila do Porto existem e se relacionam. Há mais de 500 anos que partilhámos história e povo…nós temos a mesma origem no Continente, que é do Alentejo e Algarve. Fomos as primeiras localidades a ser povoadas, tínhamos os mesmos costumes, a mesma língua e o mesmo culto, e partilhávamos os mesmos perigos”. E por todos estes predicados é que em 15 de Agosto de 1984, foi assinado o protocolo que selou a geminação entre as duas majestosas Vilas: Vila Franca do Campo e Vila do Porto.
No que diz respeito à obra propriamente dita, e de acordo com Arsénio Puim, este seu livro “não tem nada de cientifico, ou talvez tenha, mas não era esse o intuito. Era sim, passar para fora da nossa Ilha, aquilo que de bom lá se faz e a forma de como se fala. É que os marienses têm uma forma muito própria de falar, onde as vogais abertas e desafinadas são emitidas por sons que ficam no ouvido de qualquer um”. Fonte: Correio dos Açores