sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Ainda sobre a caça.......

Tendo em conta o conteúdo do post do dia 29 de Julho - "Estará a nossa caça em risco?", enderecei a dois espaços que estão directamente relacionados com a caça, um mail onde solicitei a sua opinião sobre esta matéria.
De um, ainda não obtive resposta mas de outro, nomeadamante, o moderador do blogue Ribeira Seca e que acedeu rapidamente ao "desafio", já conheço o seu manifesto, o qual transcrevo na íntegra.
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Caro Marco,
Em resposta ao teu mail, de 31 de Julho de 2008, no qual solicitas a minhaopinião sobre o teu post do dia 29, "Estará a Nossa Caça em Risco", refiro que desde o reinício das viagens marítimas de passageiros inter-ilhas que severifica uma vinda crescente de caçadores que, aproveitando as facilidadesdeste meio de transporte, fazem-se acompanhar de viaturas, cães e de todos os bens necessários para uma estadia reduzida e para a prática da caça nesta ilha. O desenvolvimento desta vertente do transporte marítimo veio proporcionar ummeio eficaz de locomoção para um determinado tipo de pessoas.Independentemente das várias leituras que se podem fazer, a verdade é que tambémveio prejudicar a caça em Santa Maria.
Na partida a imagem que deixam desperta inúmeras críticas e mesmo repúdio pelosactos que cometem.
É o lixo que abandonaram, os danos que provocaram nos muros e vedações daspropriedades alheias, o abandono e abate de cães de caça que não aprovaram, odesrespeito pelas espécies cinegéticas e pelos limites impostos.
Tratam-se de situações conhecidas, reconhecidas e alvo de comentários negativos.
Ilegalidades na caça sempre as houve, mas até a um passado relativamente recente advinham, sobretudo, da necessidade em alimentar a família.
Hoje não é assim.
Para um determinado grupo, limitado pela ignorância e pela estupidez que a acompanha, nem por isso reduzido na sua prole, ser bom caçador é apresentar o maior número de peças, indepententemente se são ou não de espécies protegidas, se foi ou não respeitado o limite máximo estabelecido, cumprido ou não o calendário venatório ou o edital de caça.
Outros visam a obtenção do lucro através da venda da carne, que é muito procurada.
Tanto uns como os outros não medem os meios para atingirem os seus fins. Estes são, independentemente da sua classe social e em termos gerais, os caçadores furtivos dos nossos tempos.
A esmagadora maioria é cumpridora e responsável. Na caça são desportistas, educados e humildes, prontos a ensinar e a aprender ummodo de estar que, apesar de controverso nos dias de hoje, é muito digno emerecedor de todo o respeito.
A caça furtiva por si só, é apenas um dos factores que afecta o desenvolvimentoda caça em Santa Maria. Os outros passam pelas doenças, o abandono dos campos, o detrimento dos habitats. Todos eles actuam em conjunto e infelizmente, são um sinal dos nossos tempos. Faz muita falta uma avaliação atenta desta realidade, uma definição deobjectivos simples e clara, de acordo com as capacidades actuais e uma gestão dos meios existentes em consonância.
Infelizmente da Associação de Caçadores da Ilha de Santa Maria, que é quem podia dar o mote, de modo a sensibilizar os diversos interesses a fazerem alguma coisa nesse sentido, não se verifica nada digno de registo, apesar de constar no seu programa.
A caça furtiva é grave, provoca ressentimentos e alimenta um sentimento crescente de injustiça, como vem provar o que escreveste.
Obrigado pelo e-mail e espero ter respondido ao solicitado.
Atenciosamente,
Pedro Silveira