sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Do interesse de todos..................


Eu até não o ia fazer, no entanto, como este é um assunto do interesse de todos os Açorianos e tão pouco tem sido dado a saber, aproveito para deixar aqui um artigo que foi publicado num orgão de comunicação social regional e que se refere particularmente à renovação da frota da Sata Air Açores.
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A maioria dos pilotos que operam nos Açores querem que a nova frota do Grupo SATA para as rotas internas será constituída por dois aviões DASH 8 Q400 (68 a 78 lugares) e espaço que pode ir até 14 metros cúbicos de carga cada e por dois DASH 8 Q300 para 50 a 56 passageiros e espaço para cerca de 8,5 metros cúbicos de carga cada.
Em termos técnicos, todas as nossas fontes de informação não têm dúvidas sobre qual a melhor opção. A única questão que está a ser acertada com a Bombardier é a financeira. Poderá ficar também acordado o destino a dar aos quatro aviões ATP. Um dos problemas que nos foi apontados é que os pilotos do Q400 não podem ser os do Q300. A solução a adoptar tem de garantir frequências acrescidas para todas as ilhas e evite estrangulamentos no serviço inter-ilhas, inclusive, no plano turístico na época alta. Uma postura que, como afirma António Gomes de Menezes, enriquecerá a proposta de valor do destino Açores, pois facilitará a formatação de produtos turísticos no espírito do Circuito Açoriano.
O presidente do Grupo SATA mantém, em termos públicos, o negócio em aberto. Diz que o esforço comercial do fabricante poderá ser um factor decisivo na escolha. A comissão de análise a que preside tem mais um mês para concluir o relatório. E o director regional dos Transportes Aéreos e Marítimos, João Roque Filipe, ainda ontem não tinha recebido o documento. Explicou que o plano do governo para este ano não tem inscrito qualquer verba para aquisição de aviões e que, por isso, não compreende os valores anunciados publicamente imputados ao investimento do executivo na renovação da frota. A única certeza é que o gabinete de Carlos César vai candidatar o projecto de aquisição dos aviões à União Europeia e que o co-financiamento poderá ir até aos 50%, consoante as receitas que forem imputadas.
Ao lado do DASH 8.............
Quando em 1989 a SATA adquiriu os aviões ATP que ainda operam na Região, as outras opções eram o ATR 42 com possibilidade de passar para o actual 72/500 e o DASH 7. E, na altura, como afirma o presidente do conselho de administração de então, Fernando Pacheco Costa, a escolha foi a melhor.
O DASH 7 era um avião quadrimotor (e a opção era por um bimotor) além de ser bastante mais caro e o custo da sua exploração ser bastante mais elevado. O ATR tinha, por sua vez, uma estrutura completamente diferente do avião AVRO 748. E o ATR 72 estava ainda em experiência e, por isso, o prazo da sua entrega era longo. A opção acabou por ser linear, afirma Pacheco Costa.
Por tudo isso, não fará grande sentido hoje deixar o ATP para ficar com o ATR 72 tendo a opção DASH 400, referem, por sua vez, alguns pilotos. Foi ainda no tempo de Fernando Pacheco Costa que a SATA fez a experiência nos Açores do avião BAE146 da British Aerospace. O objectivo foi demonstrar que o avião podia abrir novos horizontes à transportadora aérea (Funchal, Canárias e Lisboa) e, em simultâneo, aterrar nos aeródromos da Região, inclusive nas Flores. A solução foi posta de parte por não ter luz verde do governo da República da altura.
Ora, o DASH8 400, entre as opções para a nova frota do Grupo SATA, faz ligações ao Funchal e Lisboa em pouco mais de 15 a 20 minutos que os aviões Airbus, podendo ser solução quando o número de passageiros não justifique o jacto, com economias de escala para o grupo empresarial. E o DASH 8 é economicamente viável num raio de 700 quilómetros.
E o jacto?
Especialistas em aeronáutica e pilotos que operam na Região já fizeram a opção. O DASH tem maior longevidade, é mais rápido, não tem problemas de peso, é mais silencioso e gera menos CO2. Permite 40 mil ciclos enquanto o ATR possibilitaria apenas 20 mil ciclos.
O Q400 tem uma velocidade cruzeiro perto da maioria dos jactos regionais, a sua maturidade, motores e sistemas requerem menos frequente manutenção. O que reduz o impacto das suas desvantagens.
Alguns pilotos contactos pelo Correio dos Açores gostariam que a comissão de análise presidida pelo António Gomes de Menezes tivesse outra possibilidade de opção, uma solução mista de transporte aéreo na Região e para fora dos Açores que passasse também pela aquisição de um avião jacto da Bombardier ou Embraer 170 para 70 lugares. Explicam que é um avião viável com 40% de ocupação que poderia fazer também ligações para Lisboa e Porto além de viajar em tempos mais úteis e maior comodidade que o DASH 8 Q400 para o Funchal. Fonte: Jornal Correio dos Açores / Fotos: Direitos Reservados